O índice de percepção de esforço (RPE) é amplamente usado para medir intensidade do exercício sem equipamentos. Ele funciona bem em pessoas saudáveis — mas será que é confiável para pacientes com diabetes tipo 1, especialmente durante exergames?
Um estudo comparou duas sessões de exercício moderado: corrida tradicional e o exergame Kinect Adventures!, avaliando RPE, MET, V̇O₂ e frequência cardíaca para testar a validade do esforço percebido nessa população.
Como o estudo foi conduzido
Dez participantes com DM1 realizaram as duas modalidades, com descanso de 72 a 196 horas entre elas. Após cada sessão, relataram o RPE na escala de Borg (6–20), enquanto MET, V̇O₂ e FC foram medidos diretamente com analisador de gases.
Resultados principais
- RPE semelhante nas duas modalidades:
Corrida: 13,2 ± 2,7
Exergame: 14,2 ± 2,4
Ambos dentro da faixa moderada (12–14), sugerindo percepção parecida de esforço. - MET semelhante:
Corrida: 4,6 ± 1,1
Exergame: 4,0 ± 0,8
Intensidade moderada nas duas.
Mas a principal diferença apareceu nas correlações entre RPE e intensidade real do exercício:
- Na corrida: RPE correlacionou-se fortemente com MET (r = 0,64), V̇O₂ (r = 0,62) e FC média (r = 0,62). Ou seja, o esforço percebido refletiu bem a carga fisiológica.
- No exergame: correlações muito mais fracas (r = 0,21 a 0,42) e sem significância. Fatores lúdicos e motivacionais parecem alterar a percepção de esforço, reduzindo a precisão do RPE.
Conclusão
O RPE é válido para monitorar intensidade em exercícios tradicionais nos pacientes com diabetes tipo 1 — mas não deve ser usado isoladamente durante exergames.
O componente interativo dos jogos distorce a percepção de esforço, o que pode levar o paciente a crer que está exercitando mais (ou menos) do que realmente está.
Profissionais devem monitorar MET, V̇O₂ ou FC sempre que possível ao prescrever exercícios com exergames para garantir segurança e eficácia.
Fonte:
Is rating of perceived exertion a valid method for monitoring exergaming intensity in type-1 diabetics?
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