Olá pessoal, tudo bem? Espero que sim. Hoje nós vamos conversar um pouco sobre as ferramentas que o profissional de educação física e de saúde pode usar para auxiliar a população antes iniciar a prática de exercício físico. Muito se fala sobre esse tema, mas você sabe a real necessidade de exame prévio?
Atividade fisica é essencial!
A prática regular de atividade física é um dos pilares essenciais para a manutenção de uma boa saúde. No entanto, antes de iniciar qualquer exercício, é fundamental garantir que a pessoa esteja apta para a prática, minimizando riscos e prevenindo complicações. Para isso, organizações como o American College of Sports Medicine (ACSM) recomendam uma série de procedimentos de triagem, que visam avaliar o estado de saúde do indivíduo, identificar possíveis fatores de risco e determinar se é necessário encaminhar para um médico. Este processo pode ser dividido em três níveis de avaliação, e cada um deles desempenha um papel importante para garantir a segurança durante a prática de exercícios físicos.
Níveis da Triagem de Saúde: Um Processo em Três Etapas
1. Autoavaliação: Triagem ACSM-AHA ou PAR-Q
O primeiro passo na triagem de saúde para atividades físicas é a autoavaliação, que pode ser realizada por meio de ferramentas básicas como o *Physical Activity Readiness Questionnaire* (PAR-Q) e/ou a triagem detalhada proposta pelo ACSM em parceria com a American Heart Association (AHA). O PAR-Q consiste em um questionário com sete perguntas simples que o indivíduo deve responder com “sim” ou “não”. Este questionário tem como objetivo identificar se há algum risco evidente associado à prática de atividade física, como histórico de doenças cardíacas, pressão arterial elevada, problemas articulares ou respiratórios.

Em português

Caso seja respondido apenas 1 sim, a orientação é que seja encaminhado para o acompanhamento de um médico específico. Cabe salientar que muitas academias tem utilizado esse tipo de auto avaliação para liberar a prática de exercícios físicos.
Ex.: EXAME PRÉ-PARTICIPAÇÃO ESPORTIVA E O PAR-Q, EM PRATICANTES DE ACADEMIAS
https://www.scielo.br/j/rbme/a/vWDzvVprXJ8fRgJf6dFGJWB/?format=pdf&lang=pt
Por outro lado, a triagem mais detalhada ACSM-AHA inclui uma série de perguntas sobre a saúde do indivíduo, que vão além de sintomas visíveis ou auto-relatados. Ela avalia diversos fatores relacionados ao histórico médico e comportamental do praticante, incluindo:
– **Histórico familiar:** identificação de doenças hereditárias ou predisposições a condições como doenças cardiovasculares.
– **Histórico de doenças:** informações sobre condições médicas passadas ou atuais, como diabetes, hipertensão ou doenças pulmonares.
– **Histórico cirúrgico:** se a pessoa já passou por algum procedimento cirúrgico relevante.
– **Comportamentos e hábitos de saúde:** questionamento sobre tabagismo, consumo de álcool e atividade física anterior.
– **Uso de medicamentos:** informações sobre o uso de medicações, que podem influenciar o desempenho ou a segurança durante o exercício.
– **Sinais e sintomas:** detecção de sintomas sugestivos de doenças cardiovasculares, como falta de ar, dor no peito ou tonturas.
2. Avaliação de Fatores de Risco Cardiovascular (DCV)
Após a autoavaliação inicial, pode ser realizado a avaliação dos fatores de risco para doenças cardiovasculares (DCV). O ACSM recomenda a avaliação de uma série de fatores, divididos em duas categorias principais: fatores de risco modificáveis e não modificáveis.
– **Fatores de risco não modificáveis:** idade, histórico familiar de doenças cardiovasculares e sexo.
– **Fatores de risco modificáveis:** tabagismo, sedentarismo, obesidade, hipertensão, dislipidemia (níveis anormais de colesterol), e pré-diabetes.
De acordo com a quantidade de fatores de risco identificados, o indivíduo pode ser classificado em três grupos:
– **Baixo risco:** Quando o indivíduo apresenta menos de dois fatores de risco. Nesse caso, a recomendação é iniciar a prática de atividades físicas sem a necessidade de ida prévia ao médico. Mas não descarta o encaminhamento pra o médico para acompanhamento da saúde.
– **Risco moderado:** Quando há dois ou mais fatores de risco. Neste caso, é recomendado o encaminhamento ao médico para uma avaliação mais aprofundada.
– **Alto risco:** Quando o indivíduo já possui doenças cardiovasculares conhecidas, doenças pulmonares, renais ou metabólicas. Nesses casos, o encaminhamento para um médico especialista é essencial, e é possível que o exercício seja contraindicado sem uma avaliação mais profunda.
3. Avaliação Médica: Exame Físico e Teste de Esforço
A terceira etapa do processo de triagem é a avaliação médica, realizada por um médico qualificado. O exame físico é essencial para avaliar o estado geral de saúde do indivíduo, identificar possíveis limitações físicas e realizar testes laboratoriais que possam fornecer mais informações sobre o funcionamento do organismo. Além disso, o teste de esforço, que consiste em monitorar a resposta do corpo durante o exercício, pode ser solicitado para pessoas com alto risco de complicações cardiovasculares. Esses testes são fundamentais para garantir que o indivíduo esteja apto para realizar atividades físicas sem prejudicar sua saúde.
Benefícios da Atividade Física para a Saúde
Após a triagem completa e a liberação para a prática de atividades físicas, os benefícios começam a ser visíveis em diversos aspectos da saúde, tanto mental quanto física. A atividade física regular traz inúmeras vantagens, como:
– Saúde mental: A prática de exercícios reduz os níveis de ansiedade, melhora a função cognitiva e proporciona uma sensação geral de bem-estar. Isso ocorre devido à liberação de endorfinas, que atuam como “hormônios da felicidade”.
– Saúde endócrina: A atividade física é crucial para o controle de peso, redução da gordura corporal e prevenção de doenças metabólicas, como diabetes tipo 2. Além disso, pode melhorar os níveis de colesterol, aumentando o HDL (colesterol bom) e diminuindo o LDL (colesterol ruim).
– Saúde músculoesquelética: O exercício regular fortalece os músculos, melhora a flexibilidade e aumenta a densidade óssea, prevenindo condições como osteoporose e diminuindo o risco de quedas em idosos.
– Saúde cardiovascular: A atividade física tem um impacto positivo sobre a saúde do coração, reduzindo o risco de doenças coronárias, controle da pressão arterial e melhoria da função cardíaca, além de diminuir a mortalidade precoce.
– Saúde oncológica: Estudos demonstram que a prática regular de exercícios pode reduzir o risco de alguns tipos de câncer, como o câncer de cólon e mama.
Portanto, é evidente que a atividade física não só melhora a qualidade de vida, mas também tem um papel fundamental na prevenção de diversas doenças e na promoção da saúde geral.
Referências
ACSM – ACSM’S GUIDELINES FOR EXERCISE TESTING AND PRESCRIPTION, NINTH EDITION Copyright © 2014, 2010, 2006, 2001 American College of Sports Medicine All rights reserved. 2001 Market Street Philadelphia, PA 19103 USA LWW.com Published by arrangement with Lippincott Williams & Wilkins, Inc., USA. Lippincott Williams & Wilkins/Wolters Kluwer Health did not participate in the translation of this title. ■ Direitos exclusivos para a língua portuguesa Copyright © 2014 by EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA.
Link PARQ & YOU: http://chp.gov.hk/archive/epp/files/PAR-Q_eng.pdf
Gostou da informação? Comenta aqui e compartilha com seu amigo(a).
Quer saber mais sobre o tema? Leia mais aqui nesses links.
Deixe um comentário