A flexibilidade é uma das qualidades físicas mais importantes para o bom desempenho de diversas atividades e para a manutenção da saúde geral do corpo. No entanto, avaliar a flexibilidade de maneira precisa e eficiente pode ser um desafio, principalmente quando se busca por alternativas mais acessíveis, como as que envolvem a tecnologia. Um estudo recente investigou a viabilidade e a precisão das avaliações de flexibilidade realizadas em ambientes virtuais, comparando-as com os métodos tradicionais, realizados por avaliadores reais.
O Estudo: Investigando a Precisão da Avaliação Virtual de Flexibilidade
O estudo contou com a participação de 11 universitários masculinos com idades médias de 23,9 anos, um peso médio de 77,4 kg e um índice de massa corporal (IMC) de 24,8 kg/m². As mobilidades avaliadas foram as da cintura escapular e pélvica no ambiente real e virtual.
O teste foi realizado utilizando uma plataforma de avaliação virtual (Videogame: Xbox 360 com Kinect), no qual o participante realizava os movimentos solicitados em um cenário digital (Nike Kinect Training), comparado a um ambiente real (Avaliador apto), em que o avaliador observava e mediava os movimentos diretamente.
Resultados: Diferenças entre Avaliação Real e Virtual
Destacam-se as mobilidades do ombro, que apresentaram correlações mais baixas. Em particular, as correlações entre os testes realizados no ambiente real e no ambiente virtual para a mobilidade do ombro direito e a elevação da perna esquerda e direita foram consideradas fracas, com valores de correlação variando de 0,00 a 0,39.
No entanto, o teste de mobilidade do ombro esquerdo obteve uma correlação mais forte, com um valor superior a 0,7, o que sugere que, para essa região do corpo, a avaliação virtual pode ser mais precisa e confiável. Esse resultado pode estar relacionado com fatores neuromusculares específicos, como o domínio do membro (direito ou esquerdo), que pode influenciar os padrões de movimento.
Outro ponto de destaque foi o teste de mobilidade da cintura pélvica, tanto na elevação da perna direita quanto esquerda, em que as avaliações reais e virtuais não apresentaram diferenças significativas, com valores de p = 0,138 e p = 0,443, respectivamente. Embora a correlação entre os dois ambientes tenha sido fraca, a ausência de diferenças estatísticas significativas sugere que a avaliação virtual pode ser viável para a análise de assimetrias neuromusculares da cintura pélvica, desde que não seja possível realizar a avaliação presencial.

Discussão: Potencial e Limitações da Avaliação Virtual
Embora as avaliações virtuais possam ser mais acessíveis e práticas, especialmente em cenários como ambientes domésticos ou situações em que os avaliadores não estão disponíveis, elas não conseguem, em todos os casos, capturar com precisão as sutilezas dos movimentos e da flexibilidade de um indivíduo.
As diferenças nos resultados entre os dois métodos podem ser atribuídas a vários fatores, incluindo a qualidade do ambiente virtual, a tecnologia utilizada e até mesmo a capacidade do software em capturar movimentos mais complexos, como os realizados nas articulações do ombro. Além disso, fatores individuais, como a dor ou a rigidez muscular, podem interferir nos resultados, o que torna os testes virtuais um pouco mais imprecisos, especialmente quando realizados sem a supervisão direta de um profissional qualificado.
Viabilidade e Precauções ao Usar Avaliação Virtual
O estudo conclui que a avaliação virtual pode ser uma alternativa viável para a análise de assimetrias neuromusculares, especialmente para a cintura pélvica. No entanto, os resultados indicam que a precisão da avaliação virtual pode variar dependendo da região do corpo avaliada, com a mobilidade do ombro apresentando discrepâncias mais notáveis entre os dois ambientes.
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