A pandemia afetou a atividade física em pessoas com diabetes tipo 1 e 2?

Durante a pandemia de Covid-19, medidas de isolamento social, restrições de circulação e o fechamento de espaços públicos mudaram drasticamente os hábitos de vida. Um estudo realizado em Petrolina, Pernambuco, investigou justamente como esses impactos afetaram o nível de atividade física (LPA) de adultos de meia-idade e mais velhos com diabetes tipo 1 (T1DM) e tipo 2 (T2DM).

Pesquisadores da Universidade Federal do Vale do São Francisco recolheram dados em novembro e dezembro de 2020, por formulários online (WhatsApp, e-mail), utilizando a versão reduzida do IPAQ.


Principais descobertas: sem muita diferença, mas preocupações claras

Sem diferença estatística entre T1DM e T2DM no tempo semanal de atividade

Os participantes foram divididos entre T1DM (8 pessoas) e T2DM (12 pessoas). Apesar de haver diferenças marcantes em idade (o grupo com T2DM era significativamente mais velho), altura e tempo de diagnóstico, não houve diferença estatística entre os dois grupos no tempo dedicado por semana a caminhar, atividades moderadas ou vigorosas.

Categorias de atividade: muito ativo, ativo, irregularmente ativo ou sedentário

Quando classificados nessas categorias, também houve semelhança. Por exemplo, entre pessoas com T1DM, 25% foram “muito ativos”, 37,5% “ativos”, 25% “irregularmente ativos B” e 12,5% sedentários. No grupo T2DM, as frações nos níveis “muito ativo” e “ativo” foram muito semelhantes.


Implicações e desafios futuros

Embora os resultados indiquem que ambos os grupos mantiveram níveis de atividade física parecidos, isso não significa que a situação seja ideal. Muitos dos valores médios de minutos por semana mostram grande variabilidade (desvios padrões altos), evidenciando que alguns participantes ficaram muito ativos enquanto outros quase não praticaram exercícios.

Além disso, o estudo pontua algumas limitações importantes: a amostra foi pequena (apenas 20 pessoas), coletada por autodeclaração, o que pode gerar viés ‒ e não houve divisão por sexo para verificar diferenças entre homens e mulheres. ResearchGate

Para pessoas com diabetes, manter níveis regulares de atividade física é essencial para controlar glicemia, reduzir complicações e melhorar a qualidade de vida. O contexto da pandemia reforça a necessidade de políticas e estratégias que incentivem o exercício mesmo em condições adversas (uso de casa, ambientes seguros, incentivos virtuais).


Conclusão

O estudo mostra que, em Petrolina-PE, durante a Covid-19, adultos com diabetes tipo 1 ou tipo 2 mantiveram níveis de atividade física relativamente similares entre si, sem diferença estatística no tempo semanal de atividades físicas. No entanto, a amplitude dos níveis de atividade e as limitações do estudo apontam para uma realidade de desigualdade nos hábitos físicos, com risco de sedentarismo para muitos. É um alerta: mesmo em tempos de pandemia, programas públicos e iniciativas comunitárias são vitais para promover saúde e movimento para todos, independentemente do tipo de diabetes.

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